(transcrição)
Eu costumo dizer que eu sou um operativo, as minhas ideias estão escritas nos meus livros e sou, antes de mais, um operacional.
Deixem-me desde já, porque eu tenho estado ao corrente das críticas que são feitas na blogosfera e no facebook, desvanecer algumas ideias que, possivelmente, alguns de vocês terão.
Eu entendo, como simples cidadão supra-partidário que eu sou - o que não quer dizer que eu nunca fiz política, faço política há mais de 30 anos, porque quem se ocupa de questões sociais e humanísticas no mundo é porque está interessado na resolução de problemas políticos do mundo e do nosso país - eu não sou contra nenhum partido político nem contra os políticos, inclusive tenho amigos em todos os quadrantes da vida política portuguesa.
Não estou aqui para citar nomes e posso garantir-vos que ouvi pelo menos um, de cada partido, após ter tomado a minha decisão.
A Democracia não se esgota nos partidos políticos, a Democracia vai muito para além dos partidos políticos. E a Cidadania é um pilar essencial de qualquer estrutura humana.
É ao pilar da Cidadania que eu faço apelo. Eu faço este apelo porque é preciso mobilizar completamente a sociedade portuguesa.
A minha candidatura não é contra a candidatura de nenhuma pessoa em particular, não é uma candidatura contra os partidos políticos, não e uma candidatura contra os políticos.
É uma candidatura de União, é uma candidatura de Justiça Social.
Porque entendo que a crise social no nosso país é real, tem que ser ultrapassada para que, amanhã, os nossos filhos e os nossos netos possam viver numa sociedade mais justa, mais equilibrada, mais harmoniosa, e menos conflituosa.
Deixem-me dizer-vos, eu não estou aqui num comício, as pessoas que estão aqui, suponho que estão aqui porque acreditam neste vosso concidadão.
E estão aqui porque querem trabalhar comigo num projecto de mobilização da sociedade portuguesa.
Deixem-me dizer-vos, eu que sou pai de quatro filhos, que estou particularmente preocupado com a nossa juventude.
Estou triste por cada vez que vejo numa entrevista um jovem dizer que faz parte de uma geração perdida. Isto aumenta, e de que maneira, a minha responsabilidade.
Fico particularmente triste quando me apercebo que mais de 100 licenciados portugueses fogem do nosso país sem ideia de retorno, porque já não acreditam no futuro do nosso país.
Eu acredito em Portugal.
Não é por acaso que o lema da minha candidatura é "ACREDITAR EM PORTUGAL".
Nós estamos aqui porque ainda acreditamos que:
- O nosso país pode ter um futuro, um futuro em que todos vocês se empenharam,
- O pilar do Estado, o pilar ao qual eu hoje me candidato, ao lugar cimeiro da magistratura portuguesa - Presidente da República - esse pilar tem funções insubstituíveis e importantíssimas, desde que conscientes das suas responsabilidades e dos seus deveres,
- O pilar da Economia, uma economia que nós pretendemos todos que seja mais cidadã, e que olhe para todos nós como seres humanos, e como seres merecedores de alguma compaixão até, e de alguma sensibilidade social, e depois
- O pilar da Cidadania, ao qual eu pertenço.
Pessoalmente, eu nunca vivi da Política.
Tenho 58 anos, mas entendo que tenho os atributos necessários e suficientes para me candidatar a um lugar em que eu poderei criar pontos de União, de Diálogo, de Inclusão, que vão perpassar por toda a sociedade portuguesa.
Apostar em Portugal é apostar no Mundo.
Porque Portugal não é apenas este rectângulo que temos com as ilhas dos Açores e da Madeira.
Portugal é o Mundo.
Também não é só Europa, é o Mundo.
E eu, meus amigos, eu há mais de 30 anos que eu ando a calcorrear o Mundo.
Eu não vou para Belém para viajar, eu não vou para Belém para descansar, eu vou para Belém para mobilizar, tenho força anímica suficiente para mobilizar.
Eu vim para Portugal, o meu país natal - embora alguns digam que eu por ter nascido numa província ultramarina, também não sou português - eu vim para Portugal Continental sem conhecer ninguém…
Eu vim para Portugal com um projecto. Dinamizei um projecto, a sul.
E ao contrário do que alguns comentadores do nosso país costumam dizer, eu tenho dignificado o nosso país, isso eu tenho a perfeita noção de ter conseguido.
Não aceito a ideia de não ter ideias políticas.
As minhas ideias são extremamente claras, inclusive no meu último livro onde eu reservo um capitulo para Portugal.
E escrevi-o, sob palavra de honra, quando eu nem sequer pensava avançar para a candidatura para a qual eu hoje avanço.
E avanço com determinação e vontade de ir até ao fim e de ganhar.
O posto de Presidente da República é um posto que decorre de uma decisão unipessoal: a do Cidadão que se candidata.
Eu sou um Cidadão Português que decidiu candidatar-se por imperativo de consciência, porque acredito que tenho requisitos úteis para poder fazer do nosso país... para contribuir para que o nosso país seja um país menos injusto.
Nós não podemos continuar a viver numa sociedade em que temos tantos idosos afastados de qualquer vida económica do país.
Nós não podemos continuar a aceitar viver num país em que temos mais de 300 mil idosos com reformas inferiores a 200 euros.
Nós não podemos continuar a viver num país onde a nossa juventude desalentada já não acredita que haja futuro. No nosso país.
Nós não podemos viver num país - continuar a viver no nosso país - com desigualdades tão profundas.
Tal não decorre do sentimento de pertença a qualquer partido político.
Tal decorre de uma análise feita com humanismo e bom-senso, para que todos nós possamos viver num país, como eu disse no início, mais equilibrado.
Não venham com polémicas inúteis, de ser anti isto e aquilo.
Eu não sou anti coisa nenhuma.
Eu estou aqui para Unir.
Só quem não me conhece, meus queridos amigos, é que pode pensar que haja alguma coisa, seja ela qual fôr, que me pode empurrar para o sítio onde eu não quero ir.
Eu vou para Presidente da República Portuguesa porque para isso quero ir.
Os membros da minha candidatura aqui presentes, tudo pessoas de bem, estão mobilizados comigo.
É uma candidatura que nasce da Cidadania verdadeira, de vocês, eu não quero, eu não peço nenhum apoio partidário.
Eu quero ver como é que os Cidadãos Portugueses se vão mobilizar.
Eu quero ver se é verdade - como dizem - que os Portugueses são um povo de carneiros, eu quero ver se o povo de carneiros se vai erguer e acreditar no seu futuro e se vai bater por ele.
Porque só assim é que eu irei para Belém.
Nós vamos mobilizar, vamos mobilizar unindo, criar pontes de diálogo, de entendimento, de fraternidade também. Vamos acabar com as invejas, a maledicência tão negativa, talvez o pior do nosso ser, vamos responsabilizar, vamos trabalhar com tenacidade, com esforço, para demonstrar que este povo que é o nosso merece estar nos lugares cimeiros da Humanidade.
Porque nós somos daqueles povos ímpares que marcou esta Humanidade.
Eu não quero, eu não aceito, eu não tolero, que nos continuem a tratar sempre na cauda dos assuntos do mundo.
Aqui a postos, há aqui apenas um Cidadão, um igual a todos vós, que são pessoas válidas, comigo, que são pessoas dispostas a trabalhar.
Mas não há candidatura sem o mínimo de 7500 assinaturas.
Por isso, o primeiro objectivo é vocês ajudarem a recolher as assinaturas por este país. De partir, pois, para este trabalho olhos nos olhos, seja com quem fôr, e discutir o que verdadeiramente interessa a Portugal.
E o que verdadeiramente interessa a Portugal é diminuir a exclusão no nosso país, é motivarmos a nossa juventude, é a questão de olharmos para o Mundo e alicerçarmos este nosso Portugal na Lusofonia Global.
Porque Portugal é o Mundo. Eu conto convosco.
Um grande abraço.
Fernando Nobre
13.Março de 2010